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Grupo imobiliário chinês, Evergrande, tem queda nas ações 80% no dia de retorno à bolsa de valores
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A empresa já foi a maior do setor imobiliário da China, porém anunciou um default em 2021 e tem mais de US$ 300 bilhões em passivos.
- Por Camilla Ribeiro
- 28/08/2023 16h04 - Atualizado há 1 ano
As ações do grupo imobiliário chinês Evergrande tiveram uma queda de quase 80% na Bolsa de Hong Kong nesta segunda-feira (28).
Está segunda é o dia que marcou o retorno dos títulos ao mercado após uma suspensão de 17 meses.
Essa retomada nas operações ocorreu depois que a empresa divulgou, na sexta-feira (25), que cumpriu as exigências da Bolsa, incluindo a publicação dos resultados financeiros e outras regras para permitir a cotação.
A empresa Evergrande, já foi considerada a maior empresa do setor imobiliário da China e anunciou uma suspensão de pagamentos em 2021.
A empresa tem mais de US$ 300 bilhões em passivos o que a transforma em um símbolo da crise imobiliária chinesa que muitos temem que possa ter consequências para a economia mundial.
As ações da empresa apresentaram queda de até 87% durante a sessão na bolsa, isso reduziu seu valor de mercado a menos de US$ 600 milhões de dólares — em 2017 o grupo era avaliado em US$ 50 bilhões.
O título da Evergrande encerrou o dia em baixa de 79,4%.
Ainda no domingo, a Evergrande divulgou um prejuízo no primeiro semestre do ano de 33 bilhões de yuanes (US$ 4,53 bilhões), um resultado melhor que as perdas de 66,4 bilhões de yuanes nos primeiros seis meses de 2022.
Os ativos disponíveis caíram de US$ 2 bilhões no ano passado para US$ 556 milhões, reflexo de sua liquidez cada vez menor.
O mercado de imóveis da China "esfriou significativamente" nos primeiros semestre do ano por várias falências no setor, "o que exacerbou ainda mais a volatilidade no mercado", declarou a Evergrande.
A empresa destacou ainda o trabalho "constante para a reestruturação das suas dívidas no exterior".
Reunião com credores foi adiada
No mês de março de 2022, a bolsa de Hong Kong encerrou a negociação das ações da Evergrande, após o grupo imobiliário não divulgar os resultados financeiros de 2021.
Os resultados de 2021 e 2022 foram divulgados somente no mês passado, com um prejuízo líquido de mais de US$ 113 bilhões no período de dois anos.
A empresa poderia ser retirada da bolsa se as ações fossem suspensas durante 18 meses, de acordo com as regras da Bolsa de Valores de Hong Kong.
A Evergrande teria que organizar reuniões com os credores nesta segunda-feira para discutir uma proposta de reestruturação da dívida no exterior, porém o grupo informou que os encontros foram adiados.
De acordo com a empresa, o adiamento de quase um mês permitirá aos credores "considerar, compreender e avaliar" o plano de reestruturação.
As reuniões foram agendadas para 25 e 26 de setembro, de acordo com o cronograma já esperado pelos credores, de acordo com a Evergrande.
O plano da empresa é oferecer aos credores a opção de trocar a dívida por uma nova dívida emitida pela empresa e por ações de duas subsidiárias, o Evergrande Property Services Group e o Evergrande New Energy Vehicle Group.